Operadores do Direito precisam ampliar sua visão humanística

Notícias - Diversos - Segunda-feira, 29 de agosto de 2005

O mais importante para quem trabalha com o Direito não é decorar leis, e sim ampliar a visão humanística, conhecer o Direito sob a perspectiva ética. A opinião, do secretário de Educação do estado de São Paulo, Gabriel Chalita, foi manifestada durante conferência no auditório do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

Chalita lembrou a escola da paidéia, fundada por Aristóteles. Paidéia, define o secretário, que também é professor de Filosofia, significa o conhecimento da humanidade. Esse conhecimento, segundo ele, é que deve ser buscado por aqueles que lidam com o Direito. "Se eu ‘emburreço’ minha visão jurídica, dificilmente conseguirei fazer Justiça", afirma.

A conferência abriu o seminário Ética e Responsabilidade Social na Realização da Justiça, promovido pelo Centro de Estudos Judiciários (CEJ) do Conselho da Justiça Federal (CJF), em parceria com o MPDFT e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF).

Chalita inicia sua exposição com o pensamento de Aristóteles, para o qual a maior vocação do ser humano é ser feliz. Nessa linha de pensamento, nasce o conceito de justiça. "Não posso ser feliz comigo mesmo sem ser justo com o outro", afirma o secretário. Se essa premissa é verdadeira, prossegue ele, é necessário ressaltar, contudo, que a lei não será eficaz se as pessoas não forem educadas para serem boas. "Por que tantas pessoas, mesmo acumulando tanto conhecimento, ainda assim são mal educadas? Como posso ser um professor se eu não tenho educação?", questiona o filósofo.

De acordo com ele, quando se questiona a razão pela qual os homens que detêm o poder se esquecem da ética, deve-se refletir sobre os efeitos do poder sobre a vaidade humana. "O poder revela o homem, não no sentido da bondade ou da maldade, mas no sentido da maturidade. Quem não está maduro para exercer o poder se deslumbra com ele. A vaidade emburrece. As pessoas vaidosas não evoluem, porque acham que não precisam mais melhorar."

Nenhuma revolução será capaz de mudar o atual quadro político, na opinião do secretário. As mudanças devem começar nas relações interpessoais, na família, no ambiente de trabalho. A família, para ele, é o maior exemplo da dimensão do afeto, do respeito da dignidade, que nós devemos levar de nossas casas para nossas relações interpessoais. "A política não vai melhorar enquanto a ética pessoal não melhorar, enquanto os pais não passarem esse exemplo para seus filhos." A ética, nesse sentido, tem uma estreita relação com a dignidade das relações humanas.

O seminário prossegue durante todo o dia de hoje (26), com conferências do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo José Renato Nalini, do presidente da Fundação Cidade da Paz, Pierre Weil, além de um painel mediado pelo jornalista da TV Globo Marcelo Canellas, com a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres de Brito, da professora de Ciência Política da Universidade de São Paulo Maria Teresa Sadek, do professor de Bioética da Universidade de Brasília Volnei Garrafa e da procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Ela Wiecko de Castilho. Encerrando o evento, haverá uma conferência do filósofo Roberto Romano.

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